Recentemente o presidente norte-americano, Donald Trump, fez uma piada sobre enviar homens à marte até 2020 e levantou perguntas. A NASA, agência norte-americana responsável por boa parte da exploração do espaço, já corre atrás do próprio prazo para visitar marte até 2030, então, o que seria preciso para adiantar esse prazo em 10 anos?
Para a nossa sorte, o site Pop Science correu atrás das respostas, e elas não são animadoras:
1. Primeiro e mais importante, para não dizer básico: terminar a construção do foguete. O sistema de lançamento espacial extremamente poderoso da NASA não ficará pronto até o final de 2018 ou início de 2019. Isso não proporcionaria muito tempo para os vôos de teste antes de enviar astronautas em sua longa e hipotética viagem ao planeta vermelho em 2020.
2. E tão importante quanto o primeiro: garantir que ninguém vai morrer. A viagem a marte deve demorar entre 6 e 9 meses. Se você parar para pensar, é tempo suficiente para que humanos desenvolvam doenças, além disso, existem problemas naturais de uma viagem ao espaço, como por exemplo, fraqueza, fora a exposição a radiação que pode causar câncer, danos ao cérebro e, possivelmente, coração. Sem mencionar a razoável possibilidade de insanidade por tédio.
3. Construção do RV (Recreational vehicle). Você consegue imaginar passar vários meses amontoado numa espaçonave minúscula com seus companheiros astronautas? Não, porque a cápsula Orion, atual design operante, destina-se a viagens curtas. Para viagens mais longas, os astronautas vão precisar de um habitat maior com proteção contra radiações, sistemas de suporte de vida, reciclagem de água, armazenamento de alimentos e um banheiro funcional. A NASA nem sequer selecionou um projeto para o habitat, muito menos começou a construir um.
4. Garantir que os astronautas terão comida. Vicky Kloeris, que alimenta os astronautas na Estação Espacial Internacional, afirmou que não é tão fácil projetar alimentos para Marte. Há evidências de que a radiação espacial profunda irá degradar os alimentos, tornando-se não só menos saborosos, mas também menos nutritivos.
5. Desenvolver meios de comunicação mais rápidos e simples. Dependendo do alinhamento dos planetas, um sinal entra marte e terra pode custar 24 minutos para se estabelecer. Se você considerar que os astronautas lidarão com situações de crise durante esses meses, 24 minutos pode significar vida ou morte. Esse tempo precisa diminuir drasticamente.
6. Realinhar os planetas. Terra e Marte giram em torno do Sol a velocidades diferentes, por isso às vezes Marte está mais perto ou mais longe de nós, dependendo de como os planetas se alinham. A NASA pretende lançar sua espaçonave quando Marte estiver mais perto de nós. Essas datas estão chegando em julho de 2018 e outubro de 2020. Portanto, se a ideia é chegar à Marte antes das próximas eleições presidenciais, os norte-americanos devem se apressar. Sem problemas!
7. Um plano de fuga. Trump não falou nada sobre trazer os exploradores de marte para casa, mas se essa é uma preocupação… Pode sentar e esperar com calma, porque o projeto ainda nem foi começado. Para garantir o retorno dos astronautas, é preciso, primeiro, garantir que eles terão um veículo capaz de remove-los da superfície de marte e leva-los de volta a espaçonave. Nada simples, muito menos barato, de fazer.
8. Ganhar na loteria. Chegar a marte vai ser difícil, mesmo que a NASA conduza o projeto sem pressa. O plano é investir alguns bilhões de dólares por ano, nas próximas décadas. Estimativas apontam que o projeto completo não deve sair por menos de 2 trilhões de dólares, então basta fazer as contas… A NASA conta atualmente com o orçamento anual de 19 bilhões de dólares. A conta não fecha. E, falando francamente, mesmo se a companhia ganhasse na loteria, nem todo o dinheiro do mundo seria capaz de acelerar essa missão o suficiente para que a espaçonave fosse lançada até 2020 de forma segura.
O site, popsci, ainda destacou um fato importante: a viagem a marte pode ser uma das maiores conquistas da humanidade; mas, se malfeito, pode se tornar uma das maiores tragédias norte-americanas no espaço.