Cientistas foram capazes de manter um babuíno vivo sob um transplante de coração, originalmente de um porco, por quase três anos. Esse é um novo recorde e também um avanço no campo de transplantes entre espécies. O estudo, do Instituto Nacional de Saúde, é o resultado de cerca de 10 anos de pesquisa sobre a possibilidade ou não de órgãos de uma espécie ser transplantada para outra. O novo estudo supera o recorde anterior, no qual um babuíno sobreviveu por 179 dias.
O transplante, na verdade, não substitui coração do babuíno. O coração suíno era conectado ao sistema circulatório e depois armazenado no abdômen, com o coração original em perfeito funcionamento. Isso permitia aos pesquisadores estudar a resposta de imunidade e potencial rejeição ao coração de porco geneticamente manipulado, sem ter que submeter o animal a difíceis cirurgias no coração.
Enquanto espera-se que isso nos permita avançar aos testes experimentais em humanos, isso não deve acontecer tão cedo. O experimento não permitiu a remoção completa das drogas sobre os babuínos. O que significa que qualquer pessoa que se submetesse ao procedimento precisaria fazer uso de medicação a vida toda, o que é distante do ideal.
A noção de transplantar órgãos de uma espécie para outra é antiga, mas notavelmente difícil de se alcançar. Isso se dá pelo fato de que o corpo receptor do coração é projetado para uma poderosa reação imune que eventualmente rejeita o órgão. Apesar disso, engenheiros genéticos tem trabalhado em formas de reduzir ou anular essa reação. Para driblar o problema, os cientistas tem modificado geneticamente porcos especiais para o transplante.