Aquilo que destruímos sai sempre caro na hora de consertar. Essa parece ser uma frase adequada para a situação atual da Índia. Um projeto ousado, e caro, tem dado o que falar no país. Parte do governo quer recuperar a superfície florestal do país, que hoje é de 21%, para algo em torno de 33% dentro dos próximos anos. A ideia é de fato louvável, mas tem esbarrado em críticas por conta do preço: nada menos que US$ 6,2 bilhões.
O país, membro dos BRICS, está passando por um processo rápido de industrialização e hoje já é um dos que mais emite gás de efeito estufa no mundo. Em 2015, a Índia já havia lançado um projeto que prometia reduzir entre 33% a 35% de seus poluentes até o ano de 2030.
O dinheiro para bancar o projeto foi levantado nos últimos 12 anos, através de taxas pagas por empresas que se estabeleceram em áreas florestais. Atualmente a Índia possui cerca de 1,2 bilhões de habitantes, o que aumenta a pressão para que se tome medidas para preservar o meio ambiente. Ainda que a história tenha sido negativa para as áreas florestais do país, tudo indica que as coisas estão em vias de mudar.
Embora o projeto seja incrível, a população encara de forma cética a medida. O país é assolado pela corrupção, o que faz com os que os cidadãos encarem com certo receio esses grandes investimentos, especialmente porque não existe hoje no país mecanismos capazes de monitorar o avanço das obras – antes, até mesmo guardas florestais já foram incriminados de atear fogo em áreas que supostamente deviam proteger. Ainda em tom de crítica, a população indiana também questiona a origem do dinheiro: afinal, apenas precisam reflorestar porque as empresas se sentaram em áreas florestais, e dessas empresas veio o dinheiro.
[IFLS]