Os jovens franceses estão a um passo de ter uma educação sexual mais igualitária em questões de gênero. Acontece que por lá os alunos, dos ensinos primário e secundário, passarão a ter durante as aulas de educação sexual um item novo: um clitóris 3D. Se há não muito tempo a sexualidade feminina era tabu, hoje, aos poucos, as coisas passam por necessárias mudanças.
Em termos anatômicos, por exemplo, o clitóris é muito parecido com um pênis, sendo a principal diferença o fato de que o pênis é mais exposto, enquanto o clitóris tem a maior parte de sua composição mantida sob a pele, ou seja, fora do alcance de visão. Mas as similaridades contam com, por exemplo, a divisão, que envolve cruras ou pernas, bulbos, prepúcio e uma cabeça.
Uma das responsáveis chama atenção ao fato de que muitas mulheres não costumam ter um prazer satisfatório na relação sexual pênis-vagina, justamente porque o estímulo sexual feminino passa pelo clitóris. Ela defende que tanto garotas quanto garotos devem saber disso, especialmente as meninas para que assim conheçam seu próprio corpo e o que acontece com ele.
A educação sexual na França tem sido mal avaliada já faz algum tempo, tanto por grupos de militância, quanto por órgãos públicos destinados a avaliação, como o Haut Conseil à l’Egalité que avaliou as aulas de educação sexual como “repletas de sexismo”. O Haut Conseil à l’Egalité é um órgão do próprio governo francês que monitora e avalia a igualdade de gênero na vida pública nacional. O relatório expõe que garotas ainda são criadas em torno de tabus, enquanto garotos são mais estimulados a ter sexualidade ativa e focada na genital. Ou seja, a construção social continua levando meninos a buscar prazer enquanto meninas a acreditar no amor.
Com a mudança, espera-se que o assunto seja tratado de um ponto de vista mais real e menos conservador.
[the guardian]