Quantas vezes na vida escutamos a expressão “durma com um olho aberto”? A ideia é permanecer alerta mesmo ao dormir. Em geral, escutamos frases como essa quando somos ameaçados, precisamos atender algum tipo de prazo ou somos responsáveis por algo, como crianças, por exemplo. Mas você já imaginou que, de certa forma, isso pode ser possível?
Yuka Sasaki, da Brown University in Providence, foi co-autora da pesquisa que buscou por assimetrias no cérebro humano que pudessem explicar, por exemplo, porque nossas primeiras noites em ambientes desconhecidos não costumam ser muito prazerosas.
A pesquisa revelou que, durante um sono profundo (slow-wave sleep), as conexões cerebrais de células nervosas do lado esquerdo do cérebro apresentaram menos atividades relacionadas ao sono do que as correspondentes do lado direito. Os resultados sugerem que, na primeira noite dormindo em ambiente desconhecido, o lado esquerdo do cérebro embarca em um sono mais leve do que o lado direito. A diferença, no entanto, desaparece na segunda noite no mesmo ambiente.
Testes ainda foram realizados para testar a sensibilidade e os resultados foram interessantes. Ao fazer sons no lado direito dos observados as reações foram menos enérgicas do que quando realizado o mesmo procedimento no lado esquerdo.
Alguns outros testes precisam ser feitos para novas descobertas, mas fica evidente que nosso cérebro possui meios próprios de preservação sempre que dormimos pela primeira vez em algum lugar.
[Current Biology]