Você sabe porque o ser humano envelhece esteticamente? Surgem rugas, a pele fica flácida, “caída”, e diversos outros indicadores agem sobre nossa aparência para denunciar nossa idade. Mas por que isso acontece?
Todos sabemos que mesmo quando as pessoas são da mesma idade, algumas parecem mais velhas e outras, mais novas. Muito dessa diferença pode ser atribuída a estilo de vida: se você pratica exercício físico, se alimenta bem, se expõe ao sol excessivamente e etc. Mas já imaginou que pode ter também uma relação genética que influencie isso?
É justamente isso que cientistas defendem em pesquisa publicada no Current Biology. Segundo a pesquisa, pessoas que apresentam mutações no gene MC1R vão parecer, em média, dois anos mais velhas do que aquelas que não apresentam, mesmo tendo a mesma idade.
A pesquisa consistiu em analisar cerca de 2,700 fotografias cedidas por pessoas de várias idades que já haviam fornecido amostras de DNA. Manfred Kayser, professor de Biologia Molecular Forense no Centro Médico Erasmus, conduziu uma série de testes onde pessoas eram estimuladas a adivinhar a idade das pessoas mostradas nas fotografias.
O teste, dentre outras coisas, mostrou que em geral as mulheres são apontadas como sendo mais velhas do que de fato o são; ao contrário dos homens, que recebem idades mais jovens do que realmente são. Os pesquisadores atribuíram isso ao padrão de beleza vigente socialmente, onde a ideia de jovialidade é mais restrito a mulher do que ao homem.
Ao analisar geneticamente os envolvidos, os pesquisadores descobriram um denominador comum entre aqueles que pareciam mais velhos: o gene MC1R. Como confirmação, o teste foi repetido na Holanda e no Reino Unido, e resultou no mesmo gene.
O MC1R já é conhecido por agir na fabricação de melanina e proteção de pele contra raios UV, o que também é um fator relevante no processo de envelhecimento. Quanto a isso, os pesquisadores afirmaram ter levado em conta fatores ambientais e regionais durante a pesquisa.
A descoberta é surpreendente e pode abrir caminho para novas pesquisas, mas não é para entrar em desespero por ter ou não a tal anomalia. O estilo de vida saudável continua sendo fundamental e decisivo na forma como a idade vai influenciar sua aparência.