Você já ouviu falar do Ministério Evangélico Comunidade Rhema? É possível que nos últimos dias você tenha conhecido a história por trás desta igreja, que vem sendo acusada, dentre outras coisas, de enviar brasileiros para serem escravizados no exterior. Mas, se você nunca ouviu falar, vamos explicar.
Tudo veio à tona depois de um artigo da Associeted Press (AP) acusar a igreja norte-americana Word of Faith Fellowship de usar sua filial no Brasil para enviar jovens para trabalhar em suas dependências. A filial em questão é o Ministério Evangélico Comunidade Rhema, liderado pelos pastores Solange Oliveira (e seu marido Juarez) Paulo e Alice Santos. Localizada em Franco da Rocha, a Igreja mantém escolas de ensino médio e fundamental voltadas exclusivamente para os membros da congregação. Agora, ex-alunos também denunciam momentos de horror vividos nas instituições.
O artigo da AP contou com uma investigação, na qual pelo menos 30 ex-membros da igreja foram ouvidos. O G1, portal brasileiro de notícias, publicou uma notícia na qual três jovens concederam entrevista e confirmaram: eram muitos os abusos praticados na escola.
Segundo investigações, as filiais brasileiras passaram a adotar os métodos da igreja estadunidense: as sessões de oração contavam com muitos gritos e uso de força para “expulsar o demônio”. Segundo Caleb, um dos jovens entrevistados pelo G1, a força empregada era tanta que, por várias vezes, os membros da congregação vomitavam, fato que para os líderes da igreja provava que o “demônio estava saindo”. “Numa dessas bateram minha boca no chão e quebrei o dente da frente”, contou Priscila, 24 anos, também ex-membro da igreja.
Nos Estados Unidos, além do uso de violência física e verbal, os jovens que chegavam eram forçados a trabalhar para a igreja, sem direito a remuneração. Muitos dos jovens eram enviados aos Estados Unidos com vistos de turismo ou estudante, e tinham seus documentos confiscados, como conta André Oliveira. O rapaz afirma que lá, os líderes afirmavam que estavam confiscando os documentos por segurança.
Praticamente todos os entrevistados relataram sofrer de algum tipo de dano emocional e psicológicos causados pela experiência na igreja. Tanto a matriz norte-americana, quanto as filiais, em São Paulo e Belo Horizonte, negam as acusações. Os brasileiros agora pedem investigações.
fonte: g1; AP