O que você sabe pornografia? O que você sabe sobre pornografia no Brasil? Separamos 5 curiosidades que você provavelmente não sabia.
Idade do público
O público do porno no Brasil começa cedo: temos o maior publico entre 18 e 21 anos do mundo, 43%. Ou seja, quase metade das pessoas no Brasil que assistem pornografia tem entre 18 e 21 anos. Isso é 16% a mais que a média mundial, que soma apenas 27%.
O brasileiro também para de assistir mais cedo, temos o menor público maior de 45 anos. No mundo, 29% do público geral, em média, tem mais de 45 anos. No Brasil, esse número cai para 15%.
Interesses bizarros
Em 2015, tivemos um aumento de 700% em buscas por “Hentai3D”, que é um estilo de desenho animado erótico japones. Tão bizarro quanto, nossas buscas por Pokemon e Scooby Doo aumentaram 157% e 134%, respectivamente. “Mães” e “Madrasta” também figuram entre os termos mais buscados.
Pornografia no feriado
O brasileiro realmente leva a sério o feriado: registramos quedas significativas em acesso quando é carnaval, ou ano-novo. Na noite de ano novo, registramos -58% de acessos. Logo depois vem a noite de Natal (-57%), primeiro dia do ano (-34%), dia de Natal (-28%) e a Sexta-Feira Santa (-17%). O carnaval registra -17%. Assistimos mais pornografia na segunda, menos aos sábados
Contratação
No Brasil, para ser contratado como ator/atriz porno você envia um bom e velho CV, currículo mesmo. Depois, os aprovados fazem outras seleções, que incluem entrevista, questionário e etc. Os homens em média tem entre 30 e 4o anos, são avaliados pelo tamanho do pênis e quantidade de ejaculação – ah, e todos tomam remédio para melhorar o rendimento. Homens se candidatam mais: são 50 currículos deles, para 10 delas.
Problemas sociais
O ambiente da pornografia é extremamente machista, e isso não é de hoje. Desde a origem, há mais de um século, quando ainda era tratada como “erotismo”, as produções nunca eram destinadas as mulheres, mas sim aos homens. Hoje, essa ideia ainda persiste. O Brasil traz bons exemplos disso. Mulheres, no Brasil, representam apenas 33% do público e (pasmem!) ainda estamos 8% acima da média mundial: ou seja, no mundo, mulheres representam apenas 25% do público quando o assunto é pornografia.
As cinco categorias mais pesquisadas – Lesbian (lésbicas), Anal, Teen (adolescentes), Mature (maduros) e Shemale (travesti) – trazem explicitamente a hipocrisia e contradição do brasileiro. Afinal, como é possível que um país tão conservador e de moral cristã busque tanto sobre esses temas? Esses são, na verdade, mais exemplos do machismo: homossexualidade feminina, por exemplo, não é aceita socialmente; mas permeia o imaginário da maioria dos homens, o que é um grande problema. Mulheres lésbicas não querem ser desejadas por homens, pelo contrário. Esse é um dos grandes problemas da indústria pornográfica, mas se há quem produza esse tipo de conteúdo, é porque existem aqueles que demandam. A categoria teens fala por si só: a pedofilia também permeia a cabeça de muita gente. E se você acha a conclusão exagerada, uma das outras palavras-chave mais buscadas foi “novinha escola”. No Brasil, a idade escolar termina aos 17 anos, o que significa que quem pesquisa esse tipo de coisa não parte do princípio de ver gente adulta praticando sexo. Anal e Travesti voltam a expor uma contradição: a homossexualidade masculina também é pouco aceita socialmente, mas para esses temas figurarem dentre os mais pesquisados é porque existe muita curiosidade, no mínimo.
Mulheres, em média, ganham mais do que homens por produção. Mas ainda que isso pareça ser evidencia de que o ambiente é favorável a mulheres, na verdade, traz a tona outro grande problema: estamos em 2016, e a pornografia continua sendo produzida para homens. Essa é uma situação muito próxima de quando algum produtor planeja uma festa e para mulheres é open bar, ou mulheres não pagam a noite toda e etc. A preocupação é “servir homens”, não agradar mulheres. Isso é um problema. Enquanto mulheres ganham cerca de R$ 5 mil, homens tem sua renda em torno de R$ 900.